29/10/2013

O calor pode estar queimando seu filme...


Muita gente me envia perguntas e reclamações sobre o desempenho de seus computadores, reclamando de travamentos, erros durante a edição e exportação, lentidão, etc. Eu sempre abordo o lado da configuração, dos componentes da máquina e do fluxo de trabalho. Acho que nunca falei de uma coisa simples e prática: o calor. 

Eu sempre suponho que o leitor faz manutenção regular no equipamento, tem um bom sistema de refrigeração do processador e do gabinete e usa o equipamento sempre em ambiente refrigerado. Mas a realidade pode estar longe disso. E o problema é grave. Segundo o corpo de bombeiros, a segunda maior causa de incêndios domésticos são os computadores, notebooks e celulares deixados ligados e que superaquecem e acabam causando um incêndio de grandes proporções. A principal causa ainda é o fogão e a instalação de gás de cozinha. No caso dos escritórios, o primeiro vilão é o aparelho de ar condicionado e depois os computadores.

Foto de um dissipador de um processador Intel i7 2600 completamente entupido de poeira
A verdade é que ninguém presta muita atenção a esse quesito importante de manutenção. Eu recebo máquinas para manutenção ou upgrade que tem que ser levadas a uma borracharia e serem sopradas com ar comprimido ( e uma máscara no rosto) para retirar a quantidade de poeira, pelos de animais, mofo e até teias de aranha. O cooler do processador é sempre o mais sujo e prejudicado. Basta ver a imagem acima. Como esse dissipador de calor pode dissipar alguma coisa? A máquina desse cliente, que estava travando do nada, reiniciando sozinha e dando erros no programa de edição, apesar de bem configurada, era só esse...limpeza!

Mas logicamente nem todos os problemas relativos ao aquecimento do processador são causados por poeira. Um computador novo, recém tirado da caixa, pode apresentar problemas de desempenho imediatamente ao rodar um programa mais pesado como o Premiere ou o After Efects, por exemplo. Aí o vilão é o cooler original da CPU, mesmo os originais da Intel ou AMD, que são suficientes para um uso normal do computador. Mas basta um render mais pesado iniciar e a máquina trava, p programa dá erro e a tela congela. Podem ser muitas possibilidades, mas precisamos eliminar o gargalo do calor e da ventilação inadequada, para depois pensar em outros defeitos.

Faça o teste da tortura...

Workstation Thunderbird III 2014 sendo submetida a teste de stress de várias horas como Prime 95
Sempre é bom baixar um programa gratuito de teste de desempenho de CPU e deixá-lo rodar algumas horas na sua máquina. Se algo não estiver bem com a dissipação de calor, com as configurações da BIOS ou mesmo com componentes defeituosos, o teste vai acusar no relatório final ou mesmo vai travar a máquina durante a execução. Mas é bom baixar também um programa gratuito de monitoração de temperatura dos componentes e ficar de olho nele o tempo todo. Antes você deve pesquisar qual a temperatura máxima de trabalho permitida para o processador instalado. Ao menor sinal de que a temperatura vai ultrapassar esse limite, devemos terminar o teste e pesquisar as causas. Afinal queremos testar e não "torrar" nossa CPU!

Na foto acima, a temperatura máxima atingida pelo processador durante o teste. (a máxima permitida para o modelo em teste é de 97º C) e portanto em stress máximo ainda restava uma margem de segurança de 30%.

Sempre é bom lembrar que também fazer overclock em um processador requer cuidado e experiência. No caso das minhas workstations, é feito um over moderado. O processador que aparece no teste da  foto acima, trabalha por padrão de fábrica nos 3,5 GHz e é puxado para 4,2 ou 4,4 GHz dependendo da unidade que está sendo instalada, pois mesmo dois processadores de mesma marca, modelo e especificações vão ter capacidades diferentes de trabalharem estáveis em determinado clock. 

É importante notar que no caso desse teste, todos os núcleos estavam sendo exigidos ao máximo, o teste levou várias horas e a temperatura não ultrapassou os 65º C, ficando 30% abaixo do máximo permitido. A refrigeração estava sendo feita por um sistema de circuito de água fechado e configurado para o máximo rendimento. Quando o teste acabou e em condições normais de utilização da workstation, mesmo em ambientes sem ar refrigerado, a temperatura média não passa dos 45º C, preservando a longevidade e estabilidade do processador e eliminando todo e qualquer problema de travamento ou reinicialização ligado ao calor. 

Um sistema que trabalha frio, tem mais rendimento e gasta menor energia. E vai ter uma vida útil muito maior. E na hora que as coisas não derem certo com um programa ou tarefa, você já pode eliminar um tipo de defeito e se concentrar no que realmente está causando a falha.

Grande abraço!

Marcelo Ruiz






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por sua participação! Asim que eu puder, vou responder! Volte sempre!

Marcelo Ruiz

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.