28/10/2021

A Pentax vai aderir ao sistema mirrorless?

Montagem usando foto da câmera Pentax QS-1 com o logo da Ricoh.

Não... não existe uma Ricoh QS-2... ainda... Mas o que pode estar por trás das novas patentes de câmeras e lentes mirrorless pela Ricoh? Mesmo que algumas notícias sejam mera especulação, não é surpreendente esse movimento no concorrido mercado de câmeras digitais. Boatos sobre a Pentax, atualmente uma subdivisão da Ricoh, estar ensaiando a entrada nesse disputado mercado de câmeras sem espelho e talvez abandonando as DSLR também estão circulando. Pessoalmente não acredito que esse movimento possa acontecer, pelo menos não em um futuro próximo. Mas me parece muito provável que a divisão de câmeras digitais da Ricoh esteja pretendendo entrar nesse mercado. Para entender esse processo precisamos lembrar alguns fatos históricos:

1. A Pentax tem uma tradição sólida no mercado de câmeras que remonta a 100 anos;
2. Por muito tempo ocupou o terceiro lugar em vendas de SLR junto com a Cânon e a Nikon;
3. Perdeu fôlego na virada do século vinte com o crescimento do segmento de câmeras digitais fullframe profissionais. Mercado ao qual ela só retornaria em 2015 com o lançamento do modelo K1, já controlada pela Ricoh;
4. A Ricoh por sua vez, também tem quase a mesma antiguidade no mercado de câmeras quanto a Pentax, com os primeiros modelos fabricados ainda na década de 1930;
5. A Ricoh entrou no mercado de câmeras digitais em 1995, antes da Pentax, embora não tenha chegado a produzir modelos DSLR, o que ocorreu somente depois da aquisição da Pentax e mesmo assim usando o nome Pentax;
6. Durante os quatro fatídicos anos que a Pentax esteve controlada pela Hoya nada de especial aconteceu na Pentax. Na verdade a Hoya só comprou a Pentax visando obter as patentes para equipamentos médicos, que sempre foi seu foco;
7. Lembrando ainda que o foco da Ricoh está no mercado de impressoras e sistemas de arquivamento digital há muito tempo. Além de outros braços da empresa. Portanto é mais prudente manter duas áreas distintas no mercado de fotografia digital já tão competitivo, pois em caso de fracasso, os negócios principais da Ricoh em outras áreas não seriam tão afetados;
8. Por outro lado, a Ricoh precisa da expertise e tecnologia da Pentax para evoluir no mercado de câmeras digitais profissionais e manter o valor da marca significa poder vende-la com bom lucro no futuro, ao contrário do que fez a Hoya, que amargou um grande prejuízo no negócio.

Portanto parece clara a estratégia da Ricoh: continuar e progredir no mercado de câmeras mirrorless, do qual ela já foi uma das pioneiras, principalmente com modelos de baixo custo para o segmento amador e ao mesmo tempo se beneficiar da tradição da Pentax no mercado de DSLR’s profissionais, aproveitando o ainda expressivo número de clientes fiéis à marca, com produtos com preço mais elevado. O próprio presidente da Pentax já declarou que não quer cometer os mesmos erros do passado e reiterou o compromisso da marca com a manutenção do sistema de visualização por pentaprisma tão apreciado por seus usuários, além de outras características de seus produtos que fazem da Pentax um ponto cada vez mais fora da curva no mercado. O lançamento da nova lente HD PENTAX-D FA 21mmF2.4ED Limited DC WR com depoimentos pessoais dos projetistas e ainda a entrevista do CEO da marca ressaltando o compromisso com os cinco princípios, reforçam essa provável divisão de produtos por segmento de mercado entre a Ricoh e a Pentax. Mas tudo pode acontecer, já que a Pentax, apesar de ainda existir como empresa e não apenas como marca, com fábricas e projetistas quase independentes, não podemos esquecer que sua controladora, que também tem uma boa parte controlada por um fundo de investimento agressivo, pode mudar o jogo quando quiser. É viver e esperar.

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Marcelo Ruiz

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