28/11/2011

A Canon fez de novo! E quem ri por último, ri melhor! Pelo menos por um tempo!

A Canon acaba de lançar um novo modelo de câmera de vídeo que vai fazer tanto ou mais sucesso que a seu ícone, a 5D MKII. Como em uma partida de box, a Sony entrou no ringue cheia de marra em 2008 e revolucionou o mercado com a DSLR que filmava com estupenda qualidade.



Os adversários acusaram o golpe e partiram para o contra-ataque. Ela ficou ali, cada vez mais pertos das cordas e se defendeu como pode dos cruzados de direita e esquerda. Aguentou bem e no último assalto soltou seu gancho fulminante.

A nova câmera, padrão cinema, Canon EOS C300 começará a ser vendida mundialmente em janeiro de 2012 e deve se tornar um marco e um divisor de águas como foi sua prima ilustre, a famosa Canon 5D MKII, tempos atrás.  Digo prima porque, ao contrario da 5D, o novo modelo não é uma máquina fotográfica que também pode filmar em HD, mas sim uma verdadeira filmadora que produz imagens com a qualidade de um equipamento fotográfico de ponta.

Conforme informei no início desse artigo, a Canon esperou com paciência a resposta dos concorrentes e depois de um longa pesquisa com profissionais no set de filmagem, onde ouviu deles, não apenas os desejos e as reclamações dos modelos concorrentes, mas também as reclamações dos usuários de seu modelo 5D MKII. O resultado foi um produto que oferece não apenas um desempenho surpreendente mas também resolve pequenas e grandes deficiências que incomodavam nos equipamentos já lançados.

Não vou me alongar na descrição do novo produto pois isso vocês podem conferir nesse link: http://www.usa.canon.com/cusa/professional/products/professional_cameras/cinema_eos_cameras/eos_c300_pl - Overview

Vamos então falar do que mais me chamou a atenção no novo modelo:

Tamanho cada vez é menos documento...



O negócio é mostrar serviço! A CS300 é compacta, quase do tamanho de uma DSLR profissional. Parece ser bem ergonômica e aceita acessórios de cinema e vídeo. O LCD, alça e suporte de microfone com entradas XLR e empunhadura lateral podem ser retirados de acordo com a necessidade da montagem.

Cabeça fria pensa melhor...



Para evitar o superaquecimento do CMOS e demais componentes internos a câmera possui um sistema de resfriamento passivo e ativo. Isso significa vida mais longa para os componentes e evita as paradas preventivas por aquecimento excessivo.

Fartura de entradas e saídas...



Entradas de áudio XLR com Phanton Power em nível Mic e linha, saída HD-SDI, entrada e saída para genlock, sync e timecode, saída HDMI, saída headphone e terminal LANC para controle remoto.

Tem ainda porta para adaptador wireless (vendido a parte) para controlar remotamente todas as funções da câmera, incluindo monitoramento de vídeo por iPhone, iPad ou outro celular android.

Cartão para dar despesa só o de crédito...



A Canon felizmente optou por usar o confiável Compact Flash para armazenamento e a CS300 possui 2 slots para gravar em MPEG2 4:2:2 Long Gop 50 Mb/s com áudio PCM em um cartão seguido do outro ou em modo dual para backup.

Salada mista...

Entre as muitas qualidades estão: ISO de 320 ate 20.000, Shutter speed de 1/30 ate 1/2000, filtros ND físicos internos, resistente a água (respingos) e poeira, grande latitude mesmo com pouca luz graças ao sensor Super 35mm. O restante está no site do fabricante.

O mais importante no final... ser ou não ser?

Deixei para o final o quesito mais importante: lentes e bocal. Aqui a Canon deu uma no cravo e outra na ferradura, que ela não é besta. A câmera será vendida em dois modelos: CS300 e CS300PL.

O modelo CS300 vem com bocal para lentes EF proprietário da Sony. Nesse caso você pode optar por mais de 60 modelos de lentes fotográficas Canon, inclusive aproveitando as da 5D MKII e mais 3 novos modelos Cine Prime Full Frame com 24, 50 e 85 mm de foco fixo e abertura T 1.3.



O outro modelo (CS300 PL) vem com bocal PL pronto para receber lentes ARRI de cinema, Schneider ou Zeiss. Além disso a Canon lançou dois modelos de lentes PL com zoom novas criadas para a câmera. Uma 14-60 e outra 30-300. São lentes especiais para cinema HD.

Aqui ficou claro que a Canon não quis competir inicialmente com os parceirosde lente e embora afirme que vai continuar lançando outras lentes prime, optou por usar seu bocal EF para essas lentes. Aqui fica a dúvida na hora da compra. Comprar o modelo com montura PL e usar lentes de fabricantes como Zeiss ou ARRI, caríssimas, ou optar pelo modelo com montura EF Canon e usar as lentes existentes de fotografia da marca e mais as 3 lentes PL de foco fixo?

As lentes EF para fotografia e mesmo as novas prime são mais baratas. As lentes PL de fabricantes como ARRI e outros são infinitamente melhores e mais caras. Nesse caso será uma questão de bolso, de aproveitamento de equipamentos que o comprador já possua e do tipo de produção mais frequente a ser feita com a nova câmera.



Conclusão

Para quem é apaixonado pela qualidade de imagem e possibilidades estéticas das DSLR como Canon 5D MKII para suas produções e principalmente tem capital para investir, a EOS CS300 não vai decepcionar. Com preço inicial de US$ 20 mil dólares, a câmera precisa apenas de lentes e cartão para sair produzindo.

A Sony PMW F3 que está no mesmo nível de qualidade parte de US$ 24 mil dólares com a vantagem de vir com um kit de 3 lentes compact prime fabricadas pela Sony, mas usando a montura E-Mount proprietária da marca e precisando de anéis adaptadores para outras lentes, inclusive PL Arri.



O valor, apesar de proibitivo para a maioria das pequenas e médias produtoras ainda é uma pechincha se comparado a rival que a Canon mirou ao fazer esse lançamento: a Scarlet da RED ONE. O modelo da marca do famoso ponto vermelho não sai por menos de US$ 17 mil dólares, sendo que o feliz comprador ainda vai desembolsar outros US$ 30 mil para comprar outros acessórios RED necessários para terminar de montar a câmera e comprar um jogo de lentes PL.



Está disponível no Vimeo um vídeo bem interessante descrevendo as características do novo modelo:


Como venho dizendo a alguns anos, desde o lançamento das filmadoras com lentes intercambiáveis como a XL da Canon, EX3 e Z7 da Sony, alguns modelos da JVC e a própria RED, a partir de 2006, a tendência do mercado de fabricantes de câmeras de vídeo e cinema é lançar corpos com alta tecnologia e desempenho a preços relativamente baratos e deixar as lentes (a parte mais cara) para o comprador escolher e arcar com o custo.

O futuro do nosso negócio passará por comprarmos apenas os corpos das câmeras e uma lente básica e locar de fornecedores especializados, que deverão se multiplicar, as demais lentes necessárias para cada tipo de projeto. Afinal em um bom comercial, curta metragem ou documentário são necessárias uma meia dúzia de lentes diferentes para ser modesto. E custo desse set de lentes pode facilmente alcançar a casa dos US$ 200 mil dólares.



Mas uma coisa é certa: lentes boas são um investimento a prova de futuro. Um bom jogo de lentes pode facilmente durar e ser utilizado por mais de 30 anos se bem conservadas. Geralmente passam de pai para filho. É o caso das prime ARRI com montura PL. Já são sucesso a mais de 30 anos. Mudaram as câmeras, inclusive as de cinema, que estão largando a película para optar pelo digital e as lentes vão passando de um a outro modelo novo. Pena que meu grande pai não foi cineasta...

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Marcelo Ruiz

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