Créditos da imagem: Aurich Lauson/Ars Technica |
Tenho visto muitos colegas que se dedicam aos vídeos
corporativos ou documentários usando esse recurso, embora tecnicamente
não fosse tão necessário. Tratando-se de captação para jornalismo,
especialmente jornalismo diário, com prazos e tempo sempre escassos é literalmente impossível chegar à emissora (seja a
tradicional ou um canal de notícias na web) e entregar ao editor dois cartões
de memória. Um com o vídeo e outro com o áudio de um gravador externo.
Não haverá tempo para capturar, sincronizar e tratar os dois
arquivos separados. E mesmo se houvesse, seria um desperdício de tempo e
mão-de-obra desnecessários, comprometendo o custo e a agilidade requerida no jornalismo.
E na hora da captação de imagens (e seu áudio) esse método ja impõe um
trabalho extra ao câmera e é passível de erros.
Setup simples e prático para usar DSLR como câmera de jornalismo: Notar o adaptador de áudio sobre o suporte de ombro perto da bateria. Arte: Marcelo Ruiz/Blog Olhartecnológico. |
O problema decorre da baixa qualidade dos pré-amplificadores de áudio das câmeras DSLR e não do formato de gravação. Não há nada que se possa fazer
para corrigir isso dentro do equipamento. A solução seria insistir com os serviços de atendimento e satisfação do cliente a melhora da placa de áudio das câmeras. Por outro lado, podemos melhorar as condições de captação antes do áudio chegar até elas. E se para certos trabalhos não é viável usar gravadores externos de audio e pós mixagem, a melhora a que me refiro
deve ser na qualidade dos microfones usados, na escolha
do modelo correto para cada situação e seu posicionamento e finalmente onde serão
ligados, antes que o áudio captado passe para a câmera.
Daqui em diante vou dividir o assunto por tópicos. Fica mais didático. As dicas não
são resultado apenas da minha experiência. São constatações, quase unânimes, observadas por cinegrafistas e técnicos de som em vários níveis
de produção, usando modelos diversos de DSLR’s. E nada do que se
segue é específico para uma marca ou modelo. Embora algumas sugestões não
possam ser aplicada em determinados modelos de câmera. Mas se for esse o caso,
provavelmente está na hora de atualizar esse equipamento.
1 – O áudio é a
imagem do som!
|
Nunca existiu cinema mudo! Havia sempre um pianista, uma
orquestra e efeitos sonoros em salas com mais recursos. O áudio é metade do
filme. Então dedique a ele metade do tempo de pensar na produção. Escolher
locação, lentes, ângulos de tomadas, iluminação é só metade da arte. Dedique
igual tempo e cuidado ã captação do áudio. Faça planejamento e esteja preparado
e equipado. O áudio é a imagem que é “vista” pelos ouvidos. Pode inclusive
salvar uma imagem deficiente.
2 - Use bons equipamentos
Normalmente nos preocupamos em ter a melhor câmera, a melhor
lente e bons equipamentos de iluminação. O áudio acaba ficando em segundo plano
e muitas vezes pensado na base do improviso. Não adianta achar que um microfone
barato (há exceções) vai resolver o assunto. Não vai. Vai criar mais problemas.
E também não adianta um bom microfone se ele estiver ligado a um equipamento de
gravação ou captação ruim. O ruído que um microfone bom não gerou vi ser
introduzido no material gravado pelo que estiver entre ele e o registro final.
Esteja ele na câmera ou em um gravador de áudio separado. E nesse percurso
temos os cabos, os suportes de microfone e os operadores.
Nesse artigo, o foco está em registrar o áudio captado
diretamente na câmera. Então vou me abster de falar nos gravadores. Mas fica um
adendo: se você já tem um bom gravador de áudio use-o! Um back-up é sempre
importante. E se você já fez o investimento em algo bom, ele provavelmente
servirá para interligar seus microfones à câmera. Só não deixe que ele lhe
cause problemas ou tome seu tempo. Gravadores consomem mais bateria,
preocupação com cartões de memória e precisam ser ligados, se não tiverem um
remoto, junto com a câmera, o que tira o foco do cinegrafista. Lembrando que
estou falando de produções com equipe limitada.
3 - Como (NÃO) ligar um microfone a uma DSLR:
Eu não vou cair em tentação (embora seja grande, pois gosto
do assunto!) de me alongar no assunto nesse capítulo desse post. Vi ficar para
o próximo com certeza! Mas caberia nesse ponto, antes de entrar propriamente no
tema, uma breve estória da relação do áudio com equipamentos digitais. Talvez
seja pelo fato de nós humanos termos uma relação muito mais forte com o sentido
da visão que a grande maioria das espécies do reino animal. Mas o fato é que o
áudio tem sido relegado a segundo plano em computadores, celulares, filmadoras
não profissionais e outros aparelhos surgidos na era digital.
E isso não se deu de forma diferente nas DSLR.’s! A começar
do conector para microfone (escolheram o plug mais fraco fisicamente e mais
pobre em recursos) passando pelo circuito eletrônico de gerenciamento. Então
não devemos piorar as coisas. Isso quer dizer: esqueça as gambiarras! Cabos
adaptadores, conectores adaptadores, duplicadores de entrada, adaptadores
passivos, microfones externos com pilhas e “circuitos mágicos” e outras
gambiarras. Nada disso funcionará direito, mesmo que pareça e vai trazer mais
problemas e decepções do que soluções. Não adianta investir em um microfone
shotgun de dez mil reais e tentar liga-lo à câmera com um cabo adaptador de dez
reais. Vai ser só tempo e dinheiro jogados fora. Dito isso, continuemos.
4 – A função do
adaptador de áudio:
Um clássico da captação para cinema e grandes produções para TV: Mixer de campo Shure FP33. Fonte: http://www.shure.com/americas/products/mixers-dsp/fp33-3-channel-stereo-mixer |
Os adaptadores de áudio andam meio escondidos no mercado. Os
fabricantes, talvez por influência de consumidores que apostaram mais na
solução de gravadores, tem lançado poucos modelos dedicados exclusivamente a
captar, tratar e enviar o áudio para as câmeras. Faço essa constatação pelo
número de bons adaptadores que deixaram de serem fabricados. Eram mais comuns
no início do uso das DSLR’s como filmadoras. Depois foram sendo substituídos
por marcas e modelos dedicados a gravação.
E para falar a verdade, nenhum gravador tem mais recursos
que um bom mixer de áudio. O exemplo mais comum são os mixers de campo da Shure
que continuam sendo um padrão de qualidade. Em produções com recursos e grande
equipe os operadores de áudio os operam e o técnico de som fica na retaguarda
operando o sistema de gravação. Falando em equipamentos de custo moderado a
baixo, a limitação dos gravadores está no número de canais disponíveis –
geralmente dois, se tanto – e nos recursos de regulagem e filtragem do sinal
enviado pelos microfones.
Nessa etapa já vemos um ganho de qualidade pendendo para o
lado dos mixers (ou adaptadores), que contam com mais canais, alimentação
Phantom Power de qualidade e pré-amplificadores de qualidade e com baixíssima
relação sinal-ruído. Como falei anteriormente: não adianta ligar um microfone
de milhares de reais em um adaptador de má qualidade. Um bom adaptador deve ter
minimamente alimentação sem ruídos para microfones condensadores (Phantom Power
com 48V), controle preciso de ganho, monitores de sinal (VU’s de ponteiro ou
LED’s), atenuação de sinal para graves e agudos e monitoração precisa para alimentar
bons fones de ouvido.
Uma bela montagem usando o adaptador Beachtek Beachtek DXA-SLR Ultra com um mic direcional e um mic de lapela sem fio Sennheiser. Fonte: http://beachtek.com/dxa-slr-ultra/ |
Para nosso foco nesse artigo – captação para documentários e
vídeo jornalismo – um mixer de dois canais é suficiente. Geralmente usaremos um
canal para o microfone direcional montado na câmera (ou rig onde estão a câmera
e o próprio adaptador de áudio) e o outro canal para o jornalista-entrevistador
ou o próprio entrevistado. Nesse caso, esse segundo mic pode variar de um bom
microfone de mão, que seja de preferencia unidirecional, podendo ser dinâmico
ou condensador, pode ser ainda um microfone de lapela colocado no entrevistado
(em casos onde o entrevistador faz as perguntas em of) ou dois mics de lapela
para entrevistador e entrevistado.
Nesse segundo caso, o canal onde está ligado o microfone da
câmera deve ser usado, dispensando-se o áudio ambiente normalmente captado por
ele como função básica. Jamais devem ser usadas gambiarras para ligar mais de
um mic por canal! Explicarei mais abaixo. Quando a situação exigir que mais de
duas pessoas esteja em quadro, se houve planejamento, será o caso de usar um
assistente ou operador de áudio para captar as diversas falas com um microfone
direcional em uma vara de boom. Ou até duas se houver pessoal disponível.
5 – Use o microfone e
seu ajuste certo e ajude sua DSLR a gravar um bom áudio!
Conforme expliquei ali atrás, o problema das DSLR é a baixa
qualidade dos pre-amps internos que induzem mais ruído do que sinal em certas
situações. Vou falar disso mais abaixo. Então quanto menos ruído o microfone
gerar melhor. A ruído eu me refiro aqui ao hiss ou hum gerados pelo próprio
microfone e seu cabo. Mas também é muito importante cancelar ao máximo o ruído
externo estranho ao foco da captação. Seja a voz humana, um som da natureza ou um
áudio geral de um evento.
Nesses casos, o tipo de microfone utilizado – para além de
sua qualidade – vai fazer a diferença. E aqui volto ao título estranho desse
post: a imagem do som. Ou melhor (ou confundindo mais...), a estética do
microfone. Aí vem a pergunta: microfone deve aparecer na imagem? Adianto que o
que falarei a seguir é bem pessoal e depende do gosto de cada cinegrafista,
diretor de fotografia ou diretor da produção. Então vamos lá. Há situações onde
eu acho extremamente necessário que o microfone vaze no quadro. Então proponho
uma classificação diferente de seu uso baseado nessa estética pessoal e na
geração de sons indesejados na captação. Não estou falando de ruído do
equipamento agora.
6 - Microfones com
fio ou sem fio
Se o microfone muitas vezes deve aparecer em quadro – e mais
abaixo dou exemplos – seu cabo deve aparecer o mínimo possível. Nesse aspecto s
microfones sem fio são elegantes. O cuidado aqui é usar um modelo decente. Nada
de microfone sem fio xingling que produz mais ruído do que capta e há casos de
alguns modelos e marcas que captam até o sinal de rádios nas redondezas e
interferências causadas por equipamentos elétricos. Mesmo os bons microfones às
vezes são pegos nessas armadilhas. É preciso cuidado ao utilizar mics sem fios
em locais como escritórios, onde com certeza existem diversos celulares e
lâmpadas fluorescente que emitem ruídos na forma de frequências de ondas
eletromagnéticas. Nesses casos microfones com fio, dinâmicos (de mão) ou de
lapela são mais seguros.
Microfones lapela com fio ou sem fio foram feitos para serem
discretos. E não deveriam aparecer no entrevistado e muito menos em quadro. Já
vi casos de repórteres que, provavelmente por esquecimento da produção, tiveram
que entrevistar com microfones lapela! E fica muito feio! Parece que o
entrevistador está segurando uma mosca o no dedo. E ainda tem o fio. Mesmo
quando se usa microfones de mão, o cinegrafista deve, assim que possível fechar
o quadro para enquadrar no máximo a mão do entrevistador, se tanto. Fio não
aparece nunca!
Aliás esse é o primeiro caso da questão estética que falei
antes. O microfone de mão é a arma do repórter. Ele está ali para marcar um
ato. Muitas vezes intimidar mesmo o entrevistado. Pressionar. Arrancar um
depoimento. Por isso mesmo em algumas situações onde se quer um entrevistado
mais à vontade, deve-se optar por dois lapelas. Caso de um take de conversa
quase informal entre entrevistador e entrevistado. Mas nesses casos, segundo
minhas preferências, nem a cabeça do mic deve aparecer – já vi casos de
externas com vento onde colocaram um lapela no entrevistado com uma espuma
corta-vento cor-de-rosa! O cara lá de terno preto, célere e aquele pompom
balançando ao vento. E olhe que foi numa matéria em uma rede de televisão
alemã, que tanto preza pela qualidade e bom gosto do visual.
Até mesmo para evitar os ruídos causados pelo vento e
esfregar de roupas, o mic de lapela deve ser bem preso por dentro da roupa,
próximo a região central acima da linha dos mamilos quando possível (bem fácil em homens ou mulheres com ternos
ou camisas abotoadas). Fita crepe e criatividade fazem milagres nessas horas. E
acredite... vc pode colocar um lapela disfarçado fazendo até uma entrevista em
uma praia de nudismo, com o entrevistado vestido como veio ao mundo, sem o mic
aparecer. (mic escondido nos cabelos na testa passando pela nuca e parte de
trás do pescoço, fixando a unidade transmissora com fita crepe nas costas.
Sim...vc já percebeu que não gosto de ver o Bonner com aquele lapela preso na
gravata...mas é uma questão de estética pessoal.
Os microfones de lapela são a melhor opção quando se tem
vários entrevistados em ambientes com muito ruído externo. Bem regulados e bem
posicionados captam a voz através da reverberação da caixa torácica ou caixa craniana em cantores líricos com excelente qualidade e naturalidade. Ver esse vídeo e esse outro! Com isso o
ganho pode ser reduzido de forma a cortar os ruídos ambientes ou as falas
vazadas entre outros entrevistados fora de quadro. Em segundo lugar vem os
microfones direcionais em varas de boom ou pedestais fora de quadro. Mas esses
pela distância necessária para não entrarem em quadro, mesmo os de melhor
qualidade, certamente vão vazar áudio ambiente de outras fontes.
Em ultimo lugar estão os microfones dinâmicos de mão.
Notadamente os cardioides com padrão de captação amplo e muitas vezes com ganho
elevado na região traseira, que captarão ruídos de todos os lados. E para
evitar isso seria necessário baixar muito o ganho, fazendo com que o
entrevistador tenha que colocar o mic quase dentro da sua boca ou do
entrevistado cobrindo metade do rosto devido ao efeito de proximidade causado
por certas lentes.
No caso de microfones de mão, como disse antes, estes devem
aparecer por princípio, porque fazem parte do ato jornalístico da entrevista. E
mesmo por seu tamanho e posição nas mãos do repórter. Mesmo porque qualquer tentativa de escondê-los é inútil. É
muito comum em jornalistas principiantes abaixar de mais o microfone (tentando
seguir a regra do dorso do polegar no meio do externo) e acabar colocando o mic
quase no estômago. Além de feio prejudica a captação, fazendo com que o
operador de áudio ou o próprio câmera tenham que aumentar muito o ganho gerando
ruído e vazamento do áudio ambiente.
Seja qual for o microfone utilizado e seu posicionamento, é
importante que o ganho seja regulado no mixer ou adaptador (ou mesmo na câmera
ENG ou gravador externo) de forma a captar claramente a voz ou a fonte a ser
gravada evitando a captação de fontes indesejáveis em volume adequado. No caso
de captação em DSLR o áudio não deve
clipar (estourar) e nem ficar baixo em demasia no adaptador. Para que
chegue à câmera em volume que permita manter o ganho desta em valores mínimos
como veremos a seguir.
7 – A câmera não é a
única culpada!
Já expliquei que todas as DSLR sofrem com pré-amplificadores
de péssima qualidade. Mas o formato de gravação de áudio não é melhor ou pior
que as câmeras ENG broadcast ou câmeras de cinema. Como regra geral todas elas
inclusive as DSLR captam, no mínimo, áudio no formato LPCM 24 bits @ 48 Khz.
Basta olhar as especificações de modelos tão distintos como uma Canon C-300 ou
5DMKIII, uma Sony ENG PXWX-500 ou uma RED Dragon dependendo do codec de vídeo
utilizado.
Evidentemente a qualidade do áudio gravado nesses modelos
citados não será a mesma exatamente em função dos componentes eletrônicos
usados nos pre-amps de cada um. Então o que precisamos fazer, no caso das DSLR
principalmente é “diminuir” a relação sinal-ruído usando alguns truques. Já
falei sobre melhor a captação ao máximo usando planejamento prévio, bons
microfones, boa operação e localização dos mesmos e bons mixers. Então, nesse
ponto, temos um sinal captado com qualidade que será enviado pelo adaptador
para a câmera via cabo de áudio conectado entre a saída balanceada ou
desbalanceada do adaptador e a entrada de microfone (geralmente 3,5mm estéreo)
na maioria das DSLR’s.
Como expliquei ali em cima, a entrada de microfone da
câmera, por si só, já é muito ruim. Então até o formato e qualidade do cabo de
ligaçãoo entre o mixer (ou adaptador ativo de áudio) faz grande diferença. Pela
fragilidade do conector e seu material construtivo, escolha um cabo com a ponta
de 3,5mm em angulo de 90 graus. Os plugues retos forçam demais o conector da
câmera podendo até mesmo quebrar os pontos de solda que o ligam a placa lógica
do equipamento. Se possível, escolha um cabo banhado a ouro para evitar ruídos
causados por oxidação que causa mau
contato. Sempre que possível prenda de alguma forma o cabo próximo ao conector
em alguma parte firme da câmera ou no rod. Isso evitará não só o desgaste
prematuro da conexão como um desligamento acidental, já que o conector não tem
trava de segurança.
8 – Não deixe a
câmera pensar por você!
Quase todos os
modelos recentes de c6ameras DSLR tem no menu a função de desativar o ganho
automático do microfone. Use por favor!
Selecione o modo manual e depois de regular o ganho do
microfone de acordo com a fonte sonora a ser captada – monitorando com um bom
fone de ouvido na saída de fones do adaptador – e observando o VU meter
analógico, se houver, ou o LED que indica o clipping (saturação) do sinal. Em
caso de adaptadores com mostrador analógico ou barra de LEDS o sinal não deve
ultrapassar mais que -6dB ou seja, 70% do limite de saturação (0db).
Se houverem controles de atenuação de graves e agudos
(potenciômetros ou chave duas posições) experimente até encontrar um áudio flat
(plano) sem agudos estridentes ou graves muito baixos. Lembre-se que é mais
fácil adicional um pouco de grave ou agudo na edição do que tentar disfarça-los
na pós.
Depois de equalizar o áudio no adaptador, passe o fone de
ouvido para a saída de fones da câmera – aqui temos outra maldição: a falta de
saída de fones em muitos modelos de DSLR – e nesse ponto, verifique o nível
sonoro nas barras de áudio para os dois canais. Se estiver usando um microfone
apenas no adaptador de áudio, este geralmente tem um botão para duplicar o
áudio de um canal no outro vazio. Isso evita que no canal vazio o ruído dos
pré-amplificadores se sobressaia.
A regra para a maioria das DSLR é deixar o ganho regulado
para o sinal não passar da primeira marcação da barra de medição. Não se
preocupe com o volume. Mais tarde na edição você poderá adicionar mais ganho se
achar necessário. É bem mais fácil do que depois tentar tirar ruídos de hiss
(chiado) e hum (som grave semelhante ao de transformadores de alta tensão) ou
os apitos e cliques de um áudio estourado (clipado). Um valor de ganho de 35 a
40% é o ideal. Como referencia, para câmeras que possuem barras de volume de
áudio coloridas, 75% é o início das barras amarelas e 100% (0dB) o início das
barras vermelhas.
Depois de tudo regulado, grave a fonte sonora (se for uma
pessoa peça que ela fale em voz normal e depois em um tom mais alto) e escute a
gravação. Se tudo estiver normal, o som gravado estará nítido e claro, sem
predominância de graves ou agudos e sem cliques. O chiado (hiss) que o circuito
da maioria das DSLR grava no áudio estará ausente ou quase imperceptível e
poderá ser retirado totalmente na edição sem afetar o timbre ou a qualidade do
material gravado.
Além do ganho automático, desative qualquer outro controle
que esteja disponível, como o redutor automático de ruídos e o redutor de
vento. Todos esses artifícios fazem com que o circuito de ganho seja ativado,
mesmo estando o AGC (controle de ganho automático) desativado.
Se todos os cuidados descritos até aqui forem tomados e seus
equipamentos forem de qualidade e sem defeitos, a qualidade do áudio direto
captado e gravado pela câmera terá qualidade mais que suficiente para receber
pequenos ajustes na edição e ter a qualidade final dentro dos padrões exigidos
para veiculação em televisão aberta e principalmente: vai encantar e envolver
seu cliente dentro da narrativa de seu audiovisual.
Grande abraço!
Gostei das dica, obrigado pelo post, foi muito esclarecedor!
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