Cena do filme Sinais de 2002 do diretor M. Night Shyamalan, 2002, Touchstone Pictures, com Joachim Phoenix. |
O áudio, tanto em cinema e TV quanto na área da música e
eventos, é um assunto bastante amplo e complexo. Afinal, ele é a metade,
senão mais, de qualquer experiência
sensorial. No caso do audiovisual – e notem que a palavra áudio vem na frente –
ele é metade do processo no que diz respeito a entregar bem a mensagem e
contribuir com a experiência de fruição do espectador. Nessa área, exceções à parte, ele é meio
negligenciado. Já falei sobre isso em outros posts. A atenção de quem produz
vai sempre – e está em parte correto – para a luz e a câmera e suas
lentes. Como não é comum vermos equipes
dedicadas a uma e outra parte da captação, temos nos acostumado a delegar ao
câmera as funções de iluminação e captação de áudio. Isso é a prática comum em
jornalismo de rua, pois a urgência e mobilidade exigem equipes enxutas. Mas
essa prática também se estende às demais formas de produção. Principalmente as
de baixo orçamento.
Vamos manter a simplicidade do texto, sem muita teoria para
facilitar as coisas e ajudar na memorização. Então vamos deixar algumas coisas claras por aqui: é preciso ver os
sinais... parece filme de terror ou sci-fi? Quase. Áudio mal captado pode se
tornar o terror na hora da finalização e exibição do produto acabado. Para alguns leitores o assunto é conhecido, mas um dos objetivos desse canal é justamente propiciar conhecimento básico a quem está começando na área.
Mantendo o nível...
Antes de mais nada quem capta áudio precisa conhecer os
diferentes tipos de sinal (o áudio captado depois de passar por algum
instrumento ou aparelho) para entender o que fazer com cada um deles. Essa é
sem dúvida a parte do processo onde a maior parte dos
defeitos aparecem: a manipulação e interligação errada do sinal ao equipamento
de captura. Há algumas nomenclaturas que confundem quem não está acostumado. A
primeira delas é a intensidade (alta ou baixa). A outra a impedância, que
também pode ser alta ou baixa. Então quando alguém fala em sinal de alta, pode
estar se referindo a uma ou outra característica do mesmo.
Quanto a impedância
(resistência interna à passagem de corrente):
Sinais de alta (Hi-Z)
Guitarra com dois captadores tipo Humbucker. Fonte: http://www.gibson.com/News-Lifestyle/Features/en-us/1961-Humbucker-A-Classic-Reborn.aspx |
São os sinais de áudio provenientes – geralmente – de
instrumentos de corda como violão, guitarra, contrabaixo e alguns teclados. No
caso das cordas, o som emitido é captado por indutância eletromagnética direta.
Ou seja: não existe um diafragma que é atingido pelas ondas sonoras e as
transforma em eletricidade como nos microfones.
Nesse caso, a oscilação micrométrica das cordas de aço causa
uma variação no campo magnético do captador produzindo o sinal elétrico.
Existem diversos tipos de captadores. Passivos e ativos. Os ativos usam algum
circuito e energia para amplificar esse sinal ainda dentro do instrumento. Nesse
caso os valores de impedância diferem daqueles produzidos pelos captadores
passivos.
Os valores em ohms (Ω) variam muito de fabricante para
fabricante e modelo. Mas geralmente são da ordem de vários milhares de ohm
variando entre 7 a 20KΩ (7.000 a
20.000 ohm).
Sinais de baixa
(Lo-Z)
Microfones condensadores são fontes de sinais Lo-Z. Fonte: http://www.dawsons.co.uk/blog/condenser-microphone-uses |
São sinais provenientes de microfones normais (eletreto ou
condensadores) e se situam na faixa entre 150
e 600Ω. (Embora existam microfones que trabalhem em alta impedância). A
maioria dos equipamentos de áudio trabalha com impedâncias de saída entre esses
valores ou mais baixos, como no caso das saídas para as caixas de som(4, 8 ou 16Ω).
Resumindo:
Conectar sinais de
saída de alta impedância em entradas de baixa sem um adaptador/casador (Direct
Box) para diminuir a impedância a um nível microfone ou linha, vai fazer com
que o sinal suma antes de chegar ao equipamento desejado, deixando no lugar,
dependendo do tipo de fonte emissora e do tamanho do cabo, somente ruído de
interferência.
Quanto a intensidade
da fonte geradora:
Aqui deixamos de usar a medida em Ohm (Ω) e passamos a
trabalhar com decibéis (dB) ou milivolts (mV).
Basicamente existem quatro tipos de sinal de áudio usados universalmente,
desde a sonorização de grandes eventos, passando pelos estúdios de gravação,
estúdios de TV e captação para audiovisual. São eles: nível de linha de
equipamentos domésticos, nível de linha de equipamentos profissionais, nível de
microfones e nível de instrumentos musicais.
Existe ainda o nível de saída de potência musical que é o
que vai do amplificador final às caixas de som.
Nível de microfone
(média de -30dBv, 150Ω e cerca de 17mV/Pa*):
* tomando como exemplo o
microfone shotgun Sennheiser MK70-1
Como produtores de sinal de áudio – em termos de
eletricidade – são os que geram os níveis mais baixos em amplitude de onda de
corrente alternada e com impedância mais baixa. Os sinais podem ser balanceados
ou não balanceados. Como o sinal é muito baixo, os microfones sofrem com cabos
muito longos não balanceados. Estes acabam atenuando mais o sinal enviado ao
equipamento de captação e ficam altamente sujeitos a interferências por
indutância, ao passar perto de outros cabos, principalmente os de energia
elétrica.
Vista interna de um microfone condensador shotgun Sennheiser MKH70-1. Um clássico na captação de áudio em externas. |
Os microfones que possuem saídas balanceadas e com mais
sensibilidade, produzem níveis de tensão um pouco maiores e portanto são mais
imunes a interferências externas causadas por indutância nos cabos. Mas como
regra geral, podemos perceber que as voltagens são extremamente baixas. Isso
significa que microfones não podem ser ligados diretamente a equipamentos (como
amplificadores ou câmeras) que não possuam entradas específicas para eles.
Ligar um microfone diretamente a uma entrada de linha de um amplificador
resultará em nenhum sinal captado ou um sinal extremamente baixo e distorcido.
Além disso, certos microfones como os condensadores,
necessitam de energia externa para funcionarem. O famoso Phantom Power. Que
pode variar de 1,5V a 48V em corrente contínua e com correntes de cerca de 2mA
típicos. Portanto um microfone condensador, se ligado diretamente a uma
entrada, mesmo que própria para microfone, em um equipamento sem uma fonte de
Phantom Power (como uma câmera DSLR por exemplo), não funcionará de maneira
alguma. Não se trata de simples adaptação de cabos como muitos pensam.
Geralmente há muita confusão aqui. Microfones usam
normalmente conectores XLR de 3 pinos para conexão aos cabos de áudio. Existem
alguns microfones de eletreto (dinâmicos ou o famoso microfone de mão) que usam
cabos fixos terminando em plugs P10 mono e não balanceados. E geralmente as
câmeras DSLR tem entradas para microfones externos usando jacks P3,5mm com dois
canais não balanceados.
Embora essas câmeras tenham um nível de entrada de
microfone, elas não tem entradas balanceadas e, portanto, ligar um microfone
balanceado (como um condensador) mesmo que seja providenciada alimentação
externa de Phantom Power, resultará em um áudio com metade da amplitude de
sinal gerada pelo microfone.
Adaptador Phantom Power da ARTPro: bom custo-benefício para fornecer energia a mics condensadores. Porém esses equipamentos nào resolvem todos os problemas... |
Resumindo:
Microfones são sempre
Lo-Z (baixa impedância) e baixo nível de sinal e devem ser conectados a
entradas próprias para eles ou passar por um estágio de amplificação inicial (pré-amplificador)
para que possam ser conectados a uma entrada em nível de linha. Se forem
condensadores necessitam de fornecimento de corrente elétrica (Phantom Power
entre +1,5 a 48VCc) para produzirem sons e alguns microfones dinâmicos
(eletreto) também necessitam de energia para funcionarem (5VCC). Esses mics são
usados em celulares, computadores e outras aplicações. A alimentação para um
mic de eletreto não serve para alimentar um microfone condensador, mesmo que esse
possa trabalhar com os mesmos 5 volts.
Microfones condensadores necessitam cabos balanceados e amplificadores
diferenciais para funcionarem corretamente fornecendo sua amplitude máxima de
voltagem.
DICA IMPORTANTE: Se o cabo adaptador não for montado
corretamente (aterrando o pino 3 do microfone ao terra ou pino 1) o sinal será
enviado para os dois canais de áudio da câmera (esquerdo e direito). Só que os
pinos 2 e 3 do conector XLR de um microfone balanceado tem a mesma INTENSIDADE
de sinal, porem INVERTIDA entre eles. Na hora de escutar o áudio em um
equipamento mono ou fazer a edição em um computador o vídeo captado parecerá
mudo. O áudio está lá nas especificações do vídeo mas simplesmente some na
timeline. A razão é que um sinal positivo é cancelado por outro negativo de
mesma intensidade!
Nível de linha
(*média de +4dBu, 1000Ω e cerca de 1,76Vpp):
* Valores para nível de linha
de equipamentos profissionais.
Exemplo de equipamentos profissionais de áudio conectados através de saídas e entradas balanceadas com conectores XLR. Fonte: http://www.teac.com/product/ax-501/ |
Sinais de nível de linha (line level) são divididos entre valores
para uso em equipamentos profissionais e equipamentos de áudio domésticos.
Uso profissional: +4dBu (1760mV)
Uso amador ou doméstico: -10dBv (470mV)
Aqui as coisas já são mais compatíveis. Equipamentos com
saída de linha em nível profissional podem ser conectados em entradas de linha
de equipamentos domésticos desde que a fonte ou o receptor do sinal possuam
ajustes para atenuar o ganho. No caso de em que a saída é mais alta, o aparelho
receptor deve ter o ganho diminuído (atenuado) ou, se possível, a atenuação
pode ser feita na saída do aparelho emissor.
No caso inverso, uma saída de nível de linha de um
equipamento doméstico pode ser conectada em uma entrada de linha profissional.
Nessa caso o ganho deve ser aumentado no aparelho receptor do sinal.
Um sinal de linha pode ser conectado até em uma entrada com
nível de microfone (dependendo do equipamento) caso as duas fontes (emissor e
receptor) possuam ajustes de atenuação de ganho, de forma a não saturar o sinal
(cipping).
Dica importante: Geralmente
as filmadoras profissionais possuem uma chave para ajustar o
nível de sensibilidade das entradas de áudio. Ao conectar um sinal em nível de
linha em uma câmera, o ajuste deve ser passado para a posição Line e o ganho
reduzido para evitar o clipping e a distorção do sinal. Infelizmente esse ajuste não está presente nas DSLR e portanto é preciso atenuar muito um sinal de linha para que ele possa ser usado. Muitas vezes reduzir o ganho na câmera não resolve o problema, sendo necessário um adaptador externo.
Nível de instrumento
musical
Instrumento de cordas (violões, guitarras, contrabaixos,
violinos elétricos, etc) usam um captador passivo ou ativo (esse último requer
alimentação elétrica) para transformar a vibração das cordas em sinais
elétricos. Há diversos tipos de captadores (quanto a construção e valores de
impedância e voltagem) e com diversos níveis de impedância e voltagem.
Geralmente muito altos (Hi-Z). Pianos elétricos e teclados também são
considerados Hi-Z embora usem sistemas de captação e produção de sinais de
áudio diferentes.
Nível médio de sinal
de instrumento: Impedância de 15KΩ e voltagem entre 90 e 500mV (podendo chegar
a 1V).
Em relação ao nível de amplitude de voltagem (Corrente
alternada sempre) o nível de instrumento fica situado entre o nível de
microfone e o nível de linha. Embora alguns microfones e alguns captadores de
instrumento possam ter níveis de voltagem próximos (cerca de 40mV) uma entrada
de microfone não pode ser usada diretamente com um instrumento. Embora a
sensibilidade de uma entrada de mic ou line seja suficiente para produzir um
bom nível de áudio para o pré-amplificador, não devemos esquecer da impedância!
Muito mais baixa nas entradas mic e line (Lo-Z) do que a do instrumento (Hi-Z).
Por isso existem os amplificadores de instrumentos musicais.
Suas entradas permitem a conexão direta dos cabos vindos das guitarras ou
contrabaixos pois as etapas iniciais do amplificador (preamps) são projetadas
para esses sinais de média intensidade elétrica e alta impedância sem sofrerem
distorções exceto aquelas induzidas pelo músico com o uso de pedais ou outros
equipamentos, como forma de expressão artística. Sim...aquele som pesado e
saturado de alguns guitarristas é distorção pura e clipping, porem usados de
forma controlada!
Direct Box da Whirlwind com saída Lo-Z em 150Ω com transformador interno para melhorar o ganho, permitindo ligar um captador de intrumento de cordas em uma entrada normal de microfone. |
Resumindo: O problema
maior de captar um instrumento musical diretamente em uma câmera de vídeo não é
tanto a intensidade do sinal em mVolt mas sim a alta impedância do mesmo. A
solução é usar uma Directbox ou DI. Aliás essas caixas de adaptação são muito
usadas em estúdios ou palco para conectar os instrumentos à mesa de mixagem,
principalmente quando os músicos não conectam seus instrumentos diretamente em
amplificadores e caixas no próprio palco. Elas servem para atenuar a impedância
para um nível de microfone ou linha, além de poderem balancear o sinal
desbalanceado que é gerado pelos captadores.
Finalmente o tipo de
sinal: balanceado ou desbalanceado?
Já vimos até aqui que os sinais de áudio possuem diferentes
características de intensidade de voltagem e impedância. Para finalizar, vamos
ver como eles podem ser transportados através de um cabo. Existem duas formas
(em se tratando de áudio analógico): sinais balanceados e não balanceados.
Sinais não
balanceados:
Em primeiro lugar, não é o tipo de conector que determina se
um sinal é balanceado ou não. Se é estéreo (2 canais) ou mono. Não confundir
nunca isso!
Um conector XLR (3 pinos) pode ser ligado a qualquer um dos
dois tipos de cabo. Ele ainda pode ser usado para transmitir sinais em 1 ou
dois canais. Para transportar um sinal balanceado em dois canais já se torna
necessário um conector XLR de 4 pinos mais o aterramento. E eles são mais
usados para interligação entre equipamentos de áudio e não para microfones e
instrumentos.
Um conector P10 (conhecido como plug de guitarra) pode ser
balanceado ou desbalanceado ou estéreo ou mono (no caso de uso para interligação
entre equipamentos de áudio). Headphones profissionais usam geralmente um plug
P10 estéreo (também chamado de TRS). Ou seja, a ponta (Tip) leva o sinal
desbalanceado do canal esquerdo. O anel do meio (Ring) o sinal do canal direito
e o resto do plug (Sleeve) é o aterramento. Em fones mais comuns, como os de
celulares, o esquema é o mesmo só que o conector é menor (sendo usado o modelo
P3,5mm) que é o mesmo usado nas câmeras DSLR para entrada de microfone e saída
de fones de ouvido. Veja bem: apesar de terem 3 fios internos eles não são
balanceados!
O sinal dos canais esquerdo e direito e o terra usam um fio
cada. A diferença de potencial (voltagem) é estabelecida entre cada um dos fios
e o terra comum. Os microfones de eletreto (microfone de mão) podem contar com
conectores XLR fêmea na extremidade ou podem ter fios fixos com conectores P10
mono na extremidade (sendo que o comprimento desse cabo nunca excederá os seis
metros por questões de ruído, como já vimos aqui em cima!).
Mesmo usando conectores XLR de 3 pinos, isso não significa
que o sinal desses microfones seja balanceado. Existem microfones de mão do
tipo condensador que emitem sinais balanceados, assim como alguns eletretos que
possuem circuito interno para balancear o sinal antes da saída. Esses tipos
suportam enviar sinais sem ruídos por distâncias de até 200 metros.
Dica importante: Na
maioria dos casos, os microfones
convencionais de eletreto (dinâmicos) usam conectores XLR com 3 pinos,
porem o pino 3 é aterrado ao pino 1 (ground ou terra). O sinal portanto é
desbalanceado. O pino 3 também pode ser deixado inativo.
Sinais Balanceados
Equipamentos como microfones condensadores usam os mesmos
conectores XLR, porem a ligação é diferente. O pino 1 é o terra comum, o pino 2
(chamado de hot) carrega o sinal balanceado com polaridade normal e o Pino 3
(cold) carrega o mesmo sinal com polaridade invertida. Portanto o sinal está
balanceado. Isso é válido tanto para os microfones como para demais
equipamentos de áudio que utilizam sinais balanceados.
Geralmente em equipamentos profissionais também estão
presentes os conectores P10 para áudio balanceado (tipo TRRS) onde a ponta (T)
corresponde ao pino 3 (Cold) de um plug XLR, o primeiro anel (R) ao pino 2
(Hot), o segundo anel (R) ao pino 1 do XLR (ground) e o restante, no final do plug (S), ao aterramento da
carcaça.
O mais comum é vermos conectores P10 do tipo TRS onde o
ground (correspondente ao pino 1 no conector XLR) e o aterramento da carcaça do
aparelho ou corpo do microfone está também interligado a esse pino. Esses
conectores podem ser usados tanto para áudio balanceado mono (1 canal) como
para áudio desbalanceado estéreo (2 canais).
Como as interferências internas são anuladas com o uso de cabos balanceados. Fonte: https://www.bhphotovideo.com/explora/audio/buying-guide/xlr-cable-just-cable-right%3F |
Para que o sinal balanceado cumpra seu papel de rejeitar
ruídos de indutância indesejados, é necessário que tanto o emissor (microfone
ou outro equipamento) e o receptor do sinal (mesa, mixer ou amplificador)
estejam preparados para criar (no lado do emissor) e decodificar (no lado do
receptor) esses sinais. Não adianta ligar um caríssimo microfone condensador
usando o recurso de um adaptador para fornecer o Phantom Power, com o melhor
cabo balanceado, a um amplificador ou preamp comum. Em distâncias curtas de
cabo (menos de 6 metros) e em se tratando de um bom pré-amplificador, o
microfone vai funcionar (com metade do ganho) e sem ruídos e a perda do ganho
será compensada aumentando o ganho de saída do pré-amplificador para o sinal
que será enviado adiante (para uma câmera ou um amplificador de potencia).
Usar um cabo não
balanceado em um microfone condensador, mesmo com o uso de um adaptador para
Phantom Power, requer cautela. Se o adaptador Phantom Power não tiver proteção
contra curto, e o conector XLR tiver o pino 3 aterrado ao pino 1, a voltagem
não chegara a um dos lados do diafragma do microfone e formará um curto com o
terra, podendo em certos casos queimar o adaptador ou danificar o microfone. Por isso o cabo deve ser sempre balanceado e
ter, no máximo 6 metros de comprimento. No mínimo, o sinal será atenuado pela
metade e resultará num som sem graves ou agudos demarcados (flat), nos casos em
que não se usa um adaptador de áudio ou pré-amplificador antes do sinal chegar
ao equipamento ou câmera.
Curiosidade: Agora
já dá para entender porque não existem cabos de microfone ou para instrumentos não
balanceados (somente 2 fios internos)maiores que 6 metros (20 pés no sistema
americano de medidas)? Todos tem
medidas que variam de 1, 2, 3 ou 6 metros. A não ser que sejam balanceados (3
fios internos mais o aterramento), cabos maiores do que seis metros serão
altamente sujeitos a captar interferências de correntes indutivas pela
proximidade com outros cabos (principalmente de força), aparelhos ou estruturas
metálicas, causadoras do famoso hum (sinal assimétrico na faixa dos 50 ou 60
Hz). Os cabos balanceados também captam esses sinais, mas como o sinal de áudio
transportado por eles é simétrico e invertido em sua polaridade, quando este
chega ao pré-amplificador, um circuito detecta apenas a diferença de voltagem
entre os sinais opostos, cancelando os ruídos. Bem esperto não?!. Sendo assim mandar fazer um cabo logo de
microfone (com dezenas de metros) não balanceado, é garantia de problemas!
Entendendo os conceitos que expliquei acima você certamente
não ter;a mais problemas com captação de áudio de diversas fontes diferentes. E
se os tiver, pelo menos saberá provavelmente de onde se original e como
solucioná-los. Algumas unidades de áudio e eletricidade que usei nesse artigo,
como dB, dBv, dBu, mV/Pa, serão assunto para um próximo post. Optei por não discorrer
sobre elas neste post por razões de simplicidade e para que ele não ficasse tão
grande quanto já está.
Grande abraço!
lol lindo resumo... eu tive que pagar uma fortuna em um curso de produção musical para aprender isso que li de grátis aqui no blog.
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