Entre as novidades a serem apresentadas
pela Panasonic na NAB 2012, além do quase certo lançamento da nova versão da
AG-AF100, que provavelmente virá com sensor Super 35mm, competindo assim de
igual para igual com a Sony F3 e Canon C300, a empresa japonesa deve mostrar
com mais detalhes a nova família do codec AVC Ultra. O novo compressor de
vídeo, baseado no padrão H.264, será bem mais robusto e flexível que o atual
AVC Intra 100.
Comparado com o AVCHD, que trabalha com
taxas em torno de 28 Mbit/seg, a família Ultra poderá trabalhar em taxas que
vão de meros 3,5 Mbit até 440 Mbit/seg, de acordo com a aplicação e necessidade
do fluxo de trabalho. Na verdade a família AVC Ultra seria mais parecida com um
sistema pois terá opções de configuração para várias tarefas.
O AVC Ultra está de acordo com os
parâmetros da especificação MPEG-4 Parte 10, utilizando configurações de perfil
até 4:4:4 Intra Predictve Profile adicionalmente um codec proxy de baixa taxa
de dados para gravações que requeiram pouco espaço, agilidade de transferência
por diversos meios e facilidade de edição.
O membro mais eficiente da família Ultra
será o que a Panasonic chama de AVC-LongG, que permite compressão de vídeos com
resoluções até 1920 x 1080 @ 23,9, 25 e 29,97p com 10 bits de profundidade de
pixel a uma taxa de sampleamento de cor 4:2:2, com taxas de dados tão baixas
quanto 25Mbit/seg. Somente para comparar, o AVCHD trabalha hoje com cerca de 28
Mbits/s de taxa de dados a 8 bits 4:2:0. Então podemos esperar um codec que, se
por um lado necessita de estações de trabalho velozes, por outro deixara de ter
os problemas relacionados a pouca definição de cor principalmente para atender
necessidades de pós produção como cromakey
por exemplo.
Em um nível mais acima, o atual AVC-Intra
classe 50 e 100 está tendo um upgrade para a chamada Classe 200 e Classe 4:4:4.
A Classe 200 estende a taxa de dados para 226 Mbit/s para os formatos 1080/23,97p,
enquanto a Classe 4:4:4 amplia a possibilidade de resolução de 720p até o
formato 4K com profundidades de pixel de 10 e 12 bits. Qualidade boa o bastante para cinema digital
4K poder ser capturado em gravadores externos mais simplificados e quem sabe,
em um futuro próximo, até mesmo em cartões SDXC que a cada geração melhoram a
velocidade de leitura e escrita.
Ainda falando na Classe 4:4:4, sua taxa de
dados vai variar entre 200 e 440 Mbit/s dependendo da resolução, taxa de frames
e profundidade de cor. As duas novas classes trabalham com codificação
Intra-frame apenas. E finalmente o modo AVC-Proxy permite envio de conteúdo de
forma extremamente rápida e edição off-line em 720p e 1080p com taxas de dados
variando entre 800 Kbit até 3,5 Mbit/seg @ 8 bits de profundidade de cor 4:2:0.
Isso significa que repórteres em coberturas externas poderão enviar o material
capturado até mesmo por celular 3G para a emissora, com qualidade suficiente
para exibição em coberturas ao vivo nos telejornais.
Conforme venho adiantando aos meus
leitores, desde o final de 2011, nos diversos posts sobre novas tecnologias e
equipamentos, está muito claro o que minimamente podemos esperar da NAB 2012 e
qual será a tendência para os próximos dois anos. E sempre lembrando que esse
biênio, aqui no Brasil e porque não no restante do mundo, coincidirá com o
início da cobertura da Copa do Mundo de 2014 por emissoras ao redor do mudo.
1.
Os codecs de alta complexidade e compressão como o AVCHD ganham seu
reinado definitivo na captura em todos os níveis de qualidade profissional;
2.
Os formatos 2K e 1080 @ 60
quadros progressivos serão o padrão para captação broadcast. O formato 60i
(entrelaçado) estará definitivamente encerrado.
3.
As câmeras ficam mais robustas
e profissionais. E uma grande novidade que está fazendo a cabeça dos
fabricantes para conquistar a confiança dos compradores é o conceito de “a
prova de futuro”. Ou seja, os equipamentos poderão sofrer atualizações de
firmware para receberem melhorias operacionais, não sendo necessária a substituição
prematura dos mesmos a cada nova tecnologia.
4.
O formato 4K de cinema digital
estará cada vez mais próximo da produção para televisão. A maioria das câmeras
a serem lançadas este ano sairão ou com o formato já disponível ou com promessa
de disponibilização, via atualização de firmware para o início de 2013.
5.
Boa parte das câmeras não
trarão mais lentes fixas e nem mesmo serão vendidas com lentes, deixando aos
compradores a escolha da ótica a ser usada, de acordo com a necessidade
específica do projeto;
6.
A saída de vídeo 3G-HD/SDI será
quase um padrão para esses novos equipamentos, permitindo a transmissão de
vídeo de alta qualidade para switchers
de corte ao vivo ou conexão com gravadores externos de baixo custo.
7.
Quase todas as câmeras
oferecerão a possibilidade de gravação de conteúdo em alta qualidade em mídias
removíveis internas, dispensando na maioria das aplicações o uso de gravadores
externos.
Portanto, caros leitores, agora mais que
nunca é preciso estarmos atentos quanto a aquisição de novos equipamentos. Nos
últimos quinze anos nos acostumamos com câmeras quase padronizadas, de lentes
fixas e com gravação em dois tipos básicos de fitas: Betacam e MiniDV. Isso sem
falar na operação mais simplificada e mesmo automatizada.
O desafio de lidar com mídias de estado
sólido ainda quebra a cabeça de muitos profissionais. E as novas câmeras de
lentes intercambiáveis, de funcionamento muitas vezes totalmente manual, fará
com que muitos voltem aos velhos manuais de fotografia e mesmo tirem da gaveta
os bons e velhos fotômetros em alguns casos. É hora de estudar!
Grande abraço a todos!
Marcelo Ruiz
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Marcelo Ruiz
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