É fato. Os grandes sensores e as lentes
especializadas intercambiáveis vieram para ficar. A aposta da Red Cinema em 2007, com uma câmera
estranha, mais parecida com uma arma futurista, saída de um filme de ficção
científica, chamada RED ONE deu
certo. Cineastas de todo o mudo passaram a realizar seus filmes totalmente em
digital. Mas o custo estava também nas estrelas. A câmera fotográfica DSLR Canon 5DMKII, lançada no mercado em
setembro de 2008, com a então inusitada capacidade de captar vídeos em alta
definição, foi a responsável por popularizar a idéia entre os realizadores com
orçamentos modestos e produtores de filmes e comerciais para televisão.
Agora, cinco anos depois, a expectativa
para a NAB 2012 em Las Vegas, a maior
feira de tecnologia para televisão e cinema do planeta, é que os fabricantes
mostrem mais modelos e acessórios de câmeras de grande sensor. Provavelmente
aparecerão também novas opções de lentes especializadas com custo mais
acessível, já que os modelos atualmente disponíveis no mercado, geralmente
projetados para as antigas câmeras 35mm de película tem custo muito elevado e
uma restrita quantidade de fabricantes e revendedores.
Mas independentemente do que seja revelado
na grande feira de abril, o mercado já oferece diversas opções de modelos em
várias faixas de custo. Nesse post vamos analisar quatro câmeras com preços,
digamos, mais acessíveis ao mercado de pequenas e médias produtoras e
realizadores independentes. São elas: a Canon E300, as Sony NEX-FS100 e PMW-F3K
e a Panasonic AG-AF100. Todas com sensores de grande formato e lentes
intercambiáveis. Para servir de parâmetro, em termo de funcionalidades e preço,
vamos compará-las com a veterana Canon 5DMKII, câmera já largamente utilizada
por profissionais em diversos segmentos do mercado de cinema e vídeo.
Inevitavelmente quando fazemos esse tipo de
comparação, recebemos uma avalanche de comentários solicitando indicações de
compra. São inevitáveis as perguntas “qual delas é melhor” ou “qual delas você
indicaria”. Esses questionamentos nos deixam em uma situação difícil. Além da
responsabilidade ética, de evitar beneficiar ou prejudicar um ou outro fabricante
e do cuidado e isenção que tentamos com fazer esses comparativos, outros
fatores devem ser considerados. Não existe, de um modo geral, equipamento
melhor ou pior.
Hoje só fica no mercado quem tem qualidade
e principalmente uma assistência pós-venda eficiente. Cada modelo é adequado a
um tipo de necessidade técnica ou patamar de disponibilidade financeira, embora
a escolha não deva ser feita apenas em função do custo. Uma economia atraente
na hora da compra, pode significar maiores custo a médio ou longo prazo. Muitas
vezes o equipamento mais barato pode ser até mais difícil de se pagar, em um
determinado período de tempo.
Quando analisamos equipamentos semelhantes
em capacidades técnicas, um critério coerente quase sempre é o da relação
custo-benefício. Como não existe, que eu saiba, uma metodologia padrão para
esse tipo de análise, optei por criar a minha própria. Escolhi algumas
funcionalidades, que considero importantes em uma câmera de vídeo, atribuindo
uma pontuação e somando o total de pontos obtidos. A relação custo-benefício
foi obtida dividindo o valor de cada equipamento pelo total de pontos, obtendo
o valor necessário para “comprar” cada ponto. Um valor mais alto significa que
é necessário mais dinheiro para comprar 1 ponto da cesta de funcionalidades
avaliadas.
Critérios
de avaliação
Sensor
de imagem:
A pontuação mínima foi atribuída aos
sensores atualmente em uso na maioria das câmeras profissionais de baixo custo,
que não possuem foco seletivo (profundidade de campo) e a máxima ao maior sensor
comercial em uso (6K).
1/3”&1/4”
|
1/2”
|
2/3”
|
1”
|
APS-C
4/3
|
Super
35 mm
|
Full Frame
|
6K
Sensor
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Fator
de corte:
Quanto maior o fator de corte, menor é a
capacidade da câmera em modo grande angular, prejudicando o desempenho da
lente. A nota máxima é atribuída aos sensores de dimensões iguais ao negativo
de 35mm, para o qual as lentes de qualidade são projetadas.
10.8 @ 5,4
1/4" @1/2”
|
3,93
2/3”
|
2.0
(APS-C)
|
1.6
(Super 35)
|
1,29
APS-H
|
1.0
Full Frame
|
||
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Compressão
de cor (Chroma
subsampling):
A compressão determina a qualidade de
reprodução e a separação de cores. A nota máxima foi atribuída ao espaço 4:4:4
sem compressão. E a mínima ao espaço usado pelas câmeras mais simples e
baratas.
4:1:1
|
4:2:0
|
4:2:2
|
4:4:4
|
||||
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Tipo
de mídia de armazenamento:
Com o fim do armazenamento em tape, os
cartões de memória estão presentes em todos os modelos. A notas foram
atribuídas de acordo com o custo e popularidade dos modelos.
SxS
|
P2
|
Mem.Stick
|
CF Card
|
SD Card
|
SSD HD
|
||
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Quantidade
de slots:
A quantidade de
entradas para cartão, ou uso de mais de um tipo de mídia determinaram, entre
outras facilidades, a gravação contínua sem perda de frames. A nota mínima foi
atribuída aos modelos com apenas 1 slot disponível, mesmo que este aceite
vários modelos de cartão. E a máxima aos modelos com 2 slots ou que permitem
gravação simultânea em duas mídias diferentes.
1
|
2
|
Mais de 2
|
|||||
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Saídas
de sinal de vídeo:
Com a popularização do uso de gravadores
externos de vídeo, é importante a presença de saídas digitais de alta definição
com taxas de compressão menores do que as gravadas nas memórias internas do
equipamento. A nota máxima foi atribuída as saídas SDI duplas que permitem
captura de vídeos em formato 4K sem compressão. A mínima para modelos com
apenas uma saída analógica de baixa definição de vídeo composto.
Composto
|
S-Video
|
Componente
|
HDMI
|
SDI
|
HDMI/SDI
|
2 x SDI
|
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Ergonomia
e praticidade:
O conceito Ruim se refere a equipamentos
como alguma deficiência que prejudique o manuseio normal em situações
cotidianas ( peso excessivo, má empunhadura, dificuldade de monitoração da
gravação, etc.). A nota máxima seria um referencial teórico de perfeição
dificilmente atingido por qualquer equipamento.
Ruim
|
Regular
|
Boa
|
Muito Boa
|
Excelente
|
|||
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Preço
US$ 25000
|
US$ 18000
|
US$ 15000
|
US$ 10000
|
US$ 8000
|
US$ 6000
|
US$ 5000
|
US$ 4000
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Acessórios
básicos fornecidos com o equipamento:
A/C, Bateria, Microfone, Mídia de
Armazenamento, manuais completos, alça de ombro, cabos de áudio e vídeo são
equipamentos padrão que deveriam estar presentes no pacote inicial de compra. A
ausência de algum item significa um custo maior para colocar o equipamento em
condições de trabalho.
Sem acessórios
|
A/C + Bat
|
A/C + Bat + Mic Int
|
A/C + Bat + Mic Ext
|
A/C + Bat + Mic I/E
|
A/C
+ Bat + Mic I/E + Mídia Arm.
|
||
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
6
|
7
|
8
|
Vamos comparar então os 4 modelos disponíveis
no mercado com preço até US$ 25 mil que possuem sensor de grande formato e
lentes intercambiáveis. O valor indicado corresponde somente ao corpo sem
lentes.
Parâmetro
|
Panasonic
AG-AF100
|
Sony
NEX-FS100
|
Sony
PMWF3L
|
Canon
C300
|
Tamanho sensor
|
4/3 18 x 10 mm
MOS
|
Super 35mm
23.6 x 13.3mm CMOS
|
Super 35mm
23.6 x 13.3mm CMOS
|
Super 35mm
23.3 x 13.8mm
CMOS
|
Fator de corte
|
2.0
|
1.6
|
1.6
|
1.6
|
Esp. de cor
Mídia interna
|
4:2:0
|
4:2:0
|
4:2:0
|
4:2:2
8 bits
|
Esp. cor
Mídia externa
|
4:2:2
8 bits
|
4:2:2
8 bits
|
4:2:2/4:4:4
10 bits
|
4:2:2
8 bits
|
Tipo de mídia
Interna x qt
|
2 x SDHC, SDXC
|
1 x SDHC,
SDXC
|
2 x SXS
|
2 x CF Card
|
Saídas A/V
|
HDMI/SDI
|
HDMI
|
HDMI/Dual SDI
|
HDMI/ SDI
|
Ergonomia e
praticidade
|
Boa
|
Ruim (sem ocular e LCD mal posicionado)
|
Boa
|
Muito Boa
|
Preço
|
US$ 4.995,00
|
US$ 5.850,00
|
US$ 16.800,00
|
US$15.999,00
|
Acessórios
|
A/C e bateria
Mic Interno
|
A/C e bateria
Mic Externo
|
Sem A/C
sem bateria
|
A/C e bateria
|
Pontuação alcançada
Parâmetro
|
Panasonic AG-AF100
|
Sony NEX-FS100
|
Sony PMWF3L
|
Canon C300
|
Tamanho
sensor
|
5
|
6
|
6
|
6
|
Fator
de corte
|
5
|
6
|
6
|
6
|
Esp.
de cor
Mídia
interna
|
5
|
5
|
5
|
6
|
Esp.
cor
Mídia
externa
|
6
|
6
|
8
|
6
|
Tipo
de mídia
Interna
|
7
|
7
|
1
|
6
|
Quant.
de slots
|
6
|
1
|
6
|
6
|
Saídas
A/V
|
7
|
4
|
8
|
7
|
Ergonomia
e praticidade
|
5
|
2
|
5
|
6
|
Preço
|
7
|
6
|
2
|
3
|
Acessórios
|
5
|
5
|
1
|
4
|
Total
|
58
|
50
|
48
|
56
|
Relação Custo-Benefício (Preço /Pontuação)
(Menor é melhor)
Modelo
|
Panasonic AG-AF100
|
Sony NEX-FS100
|
Sony PMWF3L
|
Canon C300
|
Indice
Custo/Beneficio
|
86
|
117
|
350
|
285
|
Como podemos ver nas duas tabelas acima, a
Panasonic AG-AF100 recebeu a maior pontuação, seguida de perto pela Canon C300.
A Sony NEX-F100 também obteve uma pontuação próxima as duas primeiras e sua
irmã PMW-F3L terminou um pouco abaixo das três. Mas como salientei antes, isso
não quer dizer que temos vencedores e perdedores. Mas sim equipamentos
semelhantes, que devido a certas características para determinado mercado, não
pontuou bem naquele item. Se fosse feita a mesma análise para um mercado
consumidor de alto orçamento, os parâmetros seriam outros e os resultados
também.
Continuando nossa análise podemos observar
em seguida a tabela da relação custo-benefício. Aqui já vemos uma modificação
nas classificações por pontuação. A Canon C300, que havia ficado em segundo
lugar em termos de pontuação absoluta, acabou ficando na terceira posição. E a
Sony NEX-FS100, que havia ficado em terceiro lugar por pontos, passou para
segundo lugar em termos de valorização do capital investido.
Algumas observações:
Sony
PMW-F3L/K
Apesar de ser tecnicamente mais completa e
com funcionalidades como Dual Link SDI, que permite a gravação externa de vídeo
4:4:4 sem compressão e a função S-LOG, que aumenta a gama dinâmica do contraste
melhorando as definições de sombras e altas luzes, recebeu 2 notas mínimas. A
mídia de gravação SXS é muito cara para a realidade da maioria da pequenas e
médias empresas, custando quase o valor de uma câmera prosumer. A outra foi no quesito acessórios, pois o modelo além de
ser vendido sem ao menos um cartão interno, o que já virou praxe nesse mercado,
não vem com bateria nem carregador/adaptador para alimentação externa, fazendo
o comprador desembolsar mais alguns milhares de dólares para deixar a câmera
operacional.
Os destaques vão para a robustez do
equipamento, a tranquilidade da marca Sony, que conta com bom atendimento no
país, a gravação em formato XDCAM proporcionando integração a maioria dos sistemas
usados nas redes de televisão, a saída Dual Link SDI sem compressão, entradas e
saídas para sync e timecode
facilitando a integração em sistemas multi-câmera e a função S-LOG que permite
a gravação com uma gama maior de contraste e brilho, que podem ser ajustadas na
pós-produção. Isso acaba se refletindo no custo inicial, o maior entre os
modelos citados, tornando-a um produto fora do alcance das pequenas produtoras.
Canon
C300
A Canon sempre foi sinônimo de produtos
inteligentes e de qualidade. Ultimamente andava meio em baixa com sua linha de
camcorders para o mercado profissional, mesmo com o sucesso da 5DMKII, mas que
é um equipamento de fotografia. Conhecida por inovar, lançou em 1997 a primeira
câmera formato MiniDV com lentes intercambiáveis. O modelo XL-1, produzido até
2004 e suas sucessoras, a XL2 e o modelo HD XL-H1, mantiveram características
como lentes intercambiáveis e filmagem progressiva em 24 e 30 quadros, se
tornando ícones entre os cineastas de uma nova geração, que desejavam experimentar
novas linguagens. Mas foi perdendo participação no mercado com os lançamentos
de seus concorrentes. Em 2008 inovou mais uma vez com a 5D e agora em 2012
tenta recuperar o mercado com a nova C300.
O modelo foi o último, com grande sensor e
lentes intercambiáveis, a ser lançado, depois que os concorrentes mostraram
suas apostas para esse retorno ao padrão de lentes especializadas. Concorre
muito bem com as rivais e também contra seu próprio modelo 5DMKIII recém
lançado. Pontuou bem em nossa avaliação, ficando atrás apenas da AG-AF100 e
ainda ficando na frente da PMWF3K em custo-benefício. Trata-se de um produto
bem equilibrado. Basta ver as notas obtidas (6 em média) em todos os itens
avaliados, não tendo recebido nenhuma nota mínima, como os outros modelos
avaliados.
O sistema modular, permitindo a retirada de
todos os componentes, a gravação interna em 4:2:2 e a oferta de uma ampla
variedade de lentes, inclusive as novas primes produzidas pela própria Canon,
fazem dela uma competidora de peso. É de se lamentar apenas a falta de uma
saída de vídeo para gravação externa em formato 4:4:4 e a difícil decisão da
Canon de não equipa-la com o mesmo sensor Full-frame
da 5DMKII, talvez até para evitar o fogo amigo. Especula-se que a Canon vá
apresentar, na NAB desse ano, um modelo semelhante mas com capacidade de
gravação em 4K, para brigar com a RED ONE e a ALEXIA da Arri.
Para quem já possui um set bem montado com
as excelentes lentes Canon EF, há a opção da C300 com essa montagem , além de
outro modelo com montagem PL.
Porém, mesmo sem as lentes, ainda é um
modelo para produtoras de maior porte.
A NEX100 é como certos modelos-conceito de
automóveis, apresentados nos grandes salões: ou você se apaixona de cara ou
detesta. Um tijolo com aspecto robusto e mal encarado, mas cheio de virtudes e
alguns pecados. Entre as virtudes, destacam-se o sensor Super35mm, a boa oferta
de lentes da linha E-Mount da Sony,
somada a possibilidade de uso de diversos outros modelos, inclusive PL, com
acoplamento de anéis de adaptação. O preço, na casa dos US$ 5 mil a coloca
entre as possibilidades de aquisição por pequenas e médias produtoras.
Entre os pecados um tanto imperdoáveis,
dependendo da finalidade de uso, a falta de uma conexão de saída de vídeo SDI
sem compressão, embora possua uma saída HDMI, que segundo a Sony permite a
gravação externa em 4:4:4, embora ainda não existam equipamentos com essa
especificação. Outros dois pontos que a fizeram receber notas mínimas foram a
presença de apenas um slot de cartão, impossibilitando gravações contínuas e o
visor híbrido LCD, que se não bastasse a necessidade de instalação de um
acessório para transforma-lo em ocular, está posicionado no topo do
equipamento, impossibilitando a visualização da captura em posições de câmera
acima da cabeça, sendo necessário para isso a adaptação de um monitor externo.
Se esses detalhes não são um problema para
suas necessidades de uso, com certeza a
Sony NEX-AF100 é uma excelente opção de aquisição.
Panasonic
AG-AF100
Mesmo não tendo recebido tantas notas 6
como o restante dos modelos avaliados, acabou ficando com a maior soma de
pontos e a melhor relação custo-benefício, inclusive na comparação, que veremos
a seguir com outros dois modelos bastante acessíveis e populares. Quem já
gostava da temperatura de cor e as possibilidades de configuração manual das
lendárias HVX100 e HVX200, vai se apaixonar definitivamente por esse novo
brinquedo. Para isso vai contribuir também o preço abaixo dos US$ 5 mil e a
possibilidade de uso de uma gama quase infinita de lentes.
A câmera vem equipada com montagem Micro Four Thirds, desenvolvida pela
Panasonic em conjunto com a Olympus. Esse sistema já conta com uma oferta
razoável de lentes das duas marcas, bem como de fabricantes de excelência como
a Leica. A Panasonic tratou de
incentivar os fornecedores a fabricarem prontamente diversos tipos de
adaptadores para quase todos os modelos de lentes fotográficas e de cinema.
Acertou em cheio ao abandonar, nesse modelo, o uso do caro cartão P2, optando
pelo formato SD Card bem mais barato e popular. Acertou ainda oferecendo saídas
HD/SDI com vídeo sem compressão e Entradas e saída para Time Code, além das tradicionais analógicas e ainda HDMI.
É a única, entre os quatro modelos, que
oferece microfone interno, embora entre os acessórios não seja fornecido o
externo. Em compensação, geralmente é vendida aqui no Brasil, com uma razoável
lente Lumix HD 28-280 F4.0 com preço quase igual ao modelo sem lente. Um
equipamento com essas qualidades poderia ter saído com um sensor um pouco maior
que o 4/3, o que elevou o fator de corte, de 1,6 dos outros três modelos, para
2.0 e com isso dificultou um pouco a escolha de lentes. A menor lente da linha
Lumix, uma razoável 14mm F2,5, se transforma em 28mm, quando convertida para a
equivalência a 35mm. Mas para quem já está acostumado aos 31mm de wide de modelos como a Sony Z5 ou NX5
isso não representará um grande problema.
Vamos ver a seguir a comparação dos dois
modelos como melhor custo-benefício, nesta etapa, com outros dois equipamentos
largamente utilizados por produtoras pequenas e médias, por seus preços e
versatilidade:
Parâmetro
|
Panasonic AG-AF100
28-280 F4,0
|
Sony NEX-FS100 c/ lente
27-300 F3,5
|
Canon 5DMKII
24-105 F4,0
|
Sony HXR-NX5N c/ lente
30-600 F4,1
|
Tamanho
sensor
|
4/3 18 x 10 mm
MOS
|
Super 35mm
23.6 x 13.3mm CMOS
|
Full Frame
36 x 24mm CMOS
|
1/3
|
Fator
de corte
|
2.0
|
1.6
|
1.0
|
7
|
Esp.
de cor
Mídia
interna
|
4:2:0
|
4:2:0
|
4:2:0
|
4:2:0
8 bits
|
Esp.
cor
Mídia
externa
|
4:2:2
8 bits
|
4:2:2
8 bits
|
-
|
4:2:2
8 bits
|
Tipo
de mídia
Interna
x qt
|
2 x SDHC, SDXC
|
1 x SDHC, SDXC
|
2 x SXS/CF
|
2 x SDHC
Disco Rígido
|
Saídas
A/V
|
HDMI/SDI
|
HDMI
|
AV Composto
|
HDMI/ SDI
|
Ergonomia
e praticidade
|
Boa
|
Ruim (sem ocular e LCD mal
posicionado)
|
Pessima
|
Muito Boa
|
Preço
|
US$ 5.684,00
|
US$ 6.550,00
|
US$ 4.299,00
|
US$ 4.950,00
|
Acessórios
|
A/C e bateria
Mic Interno
|
A/C e bateria
Mic Externo
|
A/C e Bateria
Mic interno
|
A/C e bateria
Mic int e Ext
|
Pontuação alcançada
Parâmetro
|
Panasonic AG-AF100
28-280 F4,0
|
Sony NEX-FS100 c/ lente
27-300 F3,5
|
Canon 5DMKII
24-105 F4,0
|
Sony HXR-NX5N c/ lente
30-600 F4,1
|
Tamanho
sensor
|
5
|
6
|
8
|
1
|
Fator
de corte
|
5
|
6
|
8
|
1
|
Esp.
de cor
Mídia
interna
|
5
|
5
|
5
|
5
|
Esp.
cor
Mídia
externa
|
6
|
6
|
-
|
6
|
Tipo
de mídia
Interna
|
7
|
7
|
1
|
7
|
Quant.
de slots
|
6
|
1
|
6
|
7
|
Saídas
A/V
|
7
|
4
|
1
|
7
|
Ergonomia
e praticidade
|
5
|
2
|
1
|
6
|
Preço
|
6
|
6
|
8
|
7
|
Acessórios
|
5
|
5
|
5
|
7
|
Total
|
58
|
50
|
43
|
54
|
Relação Custo-Benefício (Preço /Pontuação)
(Menor é melhor)
Modelo
|
Panasonic AG-AF100
28-280 F4,0
|
Sony NEX-FS100 c/ lente
27-300 F3,5
|
Canon 5DMKII
24-105 F4,0
|
Sony HXR-NX5N c/ lente
30-600 F4,1
|
Indice
Custo/Beneficio
|
86
|
117
|
100
|
92
|
Conclusão:
Mesmo quando comparadas a modelos de baixo
custo e grande popularidade como a Canon 5DMKII e Sony HXR-NX5N, presentes hoje
em quase todas as produtoras de pequeno e médio porte, a Panasonic AG-AF100 e a
Sony NEXFS100 se saíram bem. Sendo que o modelo da Panasonic ficou com um
destacado primeiro lugar. Volto a dizer que isso não representa uma
superioridade absoluta e nem deve pautar a decisão de aquisição isoladamente.
Se você trabalha com eventos sociais e
fotografia a Canon 5DMKII ou a nova 5DMKIII se sairão muito bem, pois nesse
tipo de evento, geralmente coberto por mais de uma câmera, não há necessidade
de tomadas contínuas de mais de 12 minutos, limitadas pelo formato de arquivo
da 5D. Caso seu foco seja os documentários e filmes de publicidade, a escolha
pode recair na Sony FS100, por sua excelente qualidade de imagem e a
versatilidade da troca de lentes. Caso você necessite gravar eventos mais
longos, com uso de corte ao vivo por switcher,
terá que investir em adaptadores HDMI/SDI para poder conectar sua câmera a
mesas de corte e/ou gravadores externos.
A Panasonic AG-AF100, por sua extrema
versatilidade ao poder gravar em mídias SD Card continuamente com o recurso de REC-Relay, a possibilidade de conexão em
HD/SDI sem compressão para periféricos externos, inclusive com uso de
sincronismo via TC, o sensor de grande formato, as lentes intercambiáveis e
ainda a função de capturar fotos em 12 MP, mesmo durante a gravação de vídeo,
aliados ao baixo custo, correspondente a uma câmera de lentes fixas, fazem da
AF100 a escolha mais apropriada para o segmento das pequenas e médias
produtoras.
E para finalizar esse artigo, deixo abaixo
alguns trechos do excelente vídeo do diretor de fotografia inglês Philip Bloom,
postado em seu blog Philipbloom.net, comparando os resultados obtidos com os
modelos avaliados aqui e outros que futuramente falaremos.
Grande abraço a todos!
Marcelo Ruiz
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